6/5/2023
JARDINS DE BASTO
(Excerto de um texto de Ilídio Alves de Araújo, Guia de Portugal, Entre Douro e Minho, II-Minho, páginas 1294 e1295, Fundação Calouste Gulbenkian, 1996)
A nenhum viajante apreciador das belezas da Arte e da Naturerza passará despercebido, ao atravessar a região de Basto, o carácter peculiar dos jardins que frequentemente se deixam adivinhar por detrás dos muros que guardam dos olhares devassadores do transeunde os recatados quintais dos seus solares armoriados.
Nos terraços desses quintais, os tabuleiros desaparecem afogados por uma profusão de esculturas verdes, em que, a par de algumas curiosas formas geométricas talhadas por buxos, teixos, camélias e cedros do Buçaco, aparecem empoleiradas nelas, outras de feitio zoomórfico estilizado, em composições plásticas de um efeito com o seu quê de estranho e maravilhoso.
Em Portugal, nos jardins traçados em obediência a uma tradição renascentista, sejam antigos ou modernos, a preocupação da composição vegetal, com arbustos traçados em formas geométricas, visa apenas, em geral, a assinalar certos pontos da composição dos elementos «superficie», feita à base de banquetas de buxo. Nos jardins de Basto, ao contrário, o que adquire um lugar preponderante na composição são todas aquela esculturas verdes, arcos, abóbadas, casas de fresco..., e as banquetas de buxo como que se limitam a definir os canteiros em que se dispõem mais ou menos harmonicamente essa exuberante escultura e arquitectura vegetal, e, simultaneamente, a debruar os carreiros e arruamentos.
Fotografias de Glória Rodrigues
Casa do Prado
Casa da Igreja
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